Wednesday 26 September 2007

Poema de Al Berto

Envolver-me na mais obscura solidão das searas e gemer
Amassar com os dentes uma morte íntima
Durante a sonolência balbuciante das papoulas
Prolongar a vida deste verão até ao mais próximo verão
para que os corpos tenham tempo de amadurecer

...colher em tuas coxas o sumo espesso
e no calor molhado da noite seduzir as luas
o riso dos jovens pastores desprevenidos...
as bocasdo gado triturando o restolho....
as correrias inesperadas
das aves rasteiras...

e crescerei das fecundas terras ou da morte
que sufoca o cio da boca......
subirei com a fala ao cimo do teu corpo ausente
transmitir-lhe-ei o opiáceo amor das estacões quentes.


PS: Postei algo que alguém que gosto muito me dedicou....
Rui aprende qualquer coisa com este senhor para eu conseguir ler o teu próximo livro...

José Augusto

3 comments:

B. said...
This comment has been removed by the author.
Anonymous said...

"Escrevo-te a sentir tudo isto..."
Beijo
B.

Anonymous said...

Também tu Zequinha?!??!?!?!
Ass: Daniel Correia